sábado, 12 de setembro de 2015

Café Europa Radio Show #167 - No Festival Entremuralhas 2015

Setembro já se instalou, anunciando no calendário que algum Outono chegará, mas entretanto, ao sol tórrido do fim de Verão, espraiam-se já as memórias do último Entremuralhas, no castelo de Leiria. Mais um ano, mais um festival, como o conhecemos, sempre diferente dos outros todos, que se afundam em ninharias superficiais, quase sempre propriedade dos senhores do mercado, que parecem fazer criação de clientes à custa da prostituição musical. Aqui há sempre surpresas a soar em palco e isso não pode ser comprado por quaisquer magnatas do consumo – mesmo que, às vezes, o cartaz pareça extremamente diversificado como o foi neste ano de 2015.

Ao contrário dos cartazes de anos recentes, o Entremuralhas de 2015 apresentava uma variedade desafiadora – contrariamente à sempre generosa percentagem de bandas de dark e neo-folk, por vezes em detrimento do número de bandas góticas propriamente ditas, o cartaz deste ano propunha um ecletismo assinalável. Talvez dessa diversidade nascesse um certo espírito de agitação saudável que pontuou o ambiente dentro do castelo durante o último fim-de-semana de Agosto. De resto, e com as sucessivas e bem-sucedidas edições, o público do Entremuralhas foi-se fidelizando, perpassando gostos pessoais, alargando a sua abrangência a núcleos geográficos cada vez mais presentes de ano para ano. Com setores do público falando inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, norueguês, e até russo, era de esperar três dias de confraternização internacional, tanto nos terreiros como nos palcos.
A primeira noite do festival, normalmente mais curta, a funcionar quase sempre como aperitivo, teve este ano um pouco mais de tempo de antena, mais protagonismo, tendo a Fade In dado um exemplo de coragem ao trazer de volta a figura no mínimo excêntrica da britânica LENE LOVICH, antiga estrela do pop new wave, vagamente inspiradora e instigadora do proto gótico, imagem que no alegre espírito de 1979, esse ano maravilhoso que tornou o punk inteiramente recuperado pelo sistema, ainda não era mais que uma vaga referência de curiosidade de feira de diversões. A abrir a noite de 27, os portugueses PHANTOM VISION deram o mote para a verdadeira essência gothic rock do festival Entremuralhas. Revisitar com classe, com imaginação e visível domínio musical a tradição iniciada há mais de 30 anos pela explosão britânica do género, é obra de igual coragem. Atuação totalmente à vontade do grupo português, boa aceitação por parte do público que estava entusiasta e sempre pronto para dar largas à sua animação.     
De seguida entrou, de imediato na liça, a italiana TYING TIFFANY; sem grandes artefactos cénicos, o que não significa ausência de presença em cena, assim como energia e competência a toda a prova, TYING TIFFANY, com o seu electro-pop gótico, animou as centenas de pessoas frente ao palco, preparando-as para a euforia da LENE LOVICH BAND.

Veterana do pós-punk britânico, LENE LOVICH atingiu a idade supostamente adequada à reforma, mas isso não é argumento válido na sua visão das coisas. Divertida, comunicativa e performer a 100%, LOVICH revisitou durante mais de uma hora os seus hits dos anos 80, garantindo uma boa justificação para uma parcela substancial do preço do passe de entrada para os três dias do Entremuralhas. Por momentos fomos transportados nas asas do som aos tempos em que a cantora britânica estava presente várias vezes ao dia nas estações nacionais e locais de rádio deste país atlântico. Graças à popularidade dos programas de autor em que figurava, a sua fama por cá catapultou-se para níveis impensáveis na altura, e este terá sido sem dúvida um dos melhores mercados de LENE LOVICH. Volvidos 35 anos, a juventude de origem e idade variada presente neste regresso, retribui-lhe parte dessa mesma glória passada. Musicalmente, o seu fairground gothic-pop esteve bem enquadrado no espírito desta primeira noite do festival, e terá sido no mínimo um fenómeno curioso de assistir, ver os que eram maioritariamente filhos dos que a ouviam em 79, a trautear canções como “Bird”, “Lucky Number” e “Home”. Em suma, um reencontro geracional que não podia encerrar o primeiro dia do Entremuralhas de melhor maneira.
No cartaz para o segundo dia, o interesse do Café Europa residia sobretudo na presença dos britânicos 6th COMM do ex-Death in June e ex-Mother Destruction, PATRICK LEAGAS, sendo ele também a figura do festival com quem tínhamos agendada a única entrevista a realizar, já que dificilmente seria negociável uma entrevista formal com os eslovenos LAIBACH.
A segunda jornada do Entremuralhas começava com uma substituição – na impossibilidade da neozelandesa Jordan Reyne estar presente nesta edição, a entrada dos conimbricenses A JIGSAW, duo de folk intimista, com toadas folk norte-americanas na maior parte dos seus temas, não estando longe de Michael Gira, Lux Interna e King Dude, embora por vezes relembrando grupos europeus como Spiritual Front ou Rome. Foi com esta solidez toda que os A JIGSAW enfrentaram o, normalmente exigente mas receptivo, público que enche a nave das ruínas da Igreja da Pena, com um som límpido, acústico mas cheio de poder, pleno de intimidade da alma, invariavelmente arrancando da assistência troadas de palmas sentidas. Os A JIGSAW ficaram com a responsabilidade de uma substituição e isso significou aproveitar ao máximo a oportunidade de brilhar.
Em formato duo, os portugueses abriram com "Red Pony", canção retirada de “Like The Wolf” (registo de 2010), e apresentariam ao longo da sua set-list a compilação “No True Magic”, através de temas como "Them Fine Bullets",       "No True Magic", "Without The Prize" e "Hardly My Prayer". A segunda presença nacional neste cartel do Entremuralhas 2015 saldava-se então por outro polegar bem levantado, abrindo os portões para mais uma noite de boa música.
Quem iria encerrar os concertos desse dia na nave da Igreja da Pena seriam os alemães KELUAR. Depois de uma recente passagem por Portugal, os KELUAR entraram forte com "Instinct", tema do single retirado do mais recente ep, “Panguna”, o qual teve honras de destaque neste concerto, apresentando igualmente as restantes canções "Panguna" e "Volition". Num concerto demonstrador de competência e, porque não dizê-lo, espírito de festival, Sid Lamar e Alison Lewis garantiram um bom espetáculo que, para além do mais recente ep, apresentou também alguns temas de “Vitreum”, disco editado em junho do ano passado, e também do ep “Ennoa”, que assinalou a estreia do duo nos registos de estúdio. 
Sven, o agente de management dos 6th COMM tinha-nos prometido uma conversa de alguns minutos com PATRICK LEAGAS, um pouco antes do concerto, e durante as nossas deambulações pelo Castelo de Leiria, ao descermos pelas escadarias que ligam o terreiro da Igreja da Pena à entrada do castelo, encontrámos o próprio LEAGAS, que nos cumprimentou afavelmente mas que, para nossa imensa pena, nos referiu que a entrevista já não seria possível por falta de tempo.
Não só o atual duo tinha perdido algum tempo a chegar do hotel ao castelo, como também, segundo nos foi mais tarde revelado, o próprio PATRICK LEAGAS tinha sido atacado por um cão vadio, à entrada do castelo, incidente que deixou todos os envolvidos com uma estranha sensação, sendo esta a alegada última atuação dos 6th COMM, e curiosamente a primeira em Portugal, em 29 anos de existência do grupo que foi um rebento da matriz DiJ.

Mesmo assim, LEAGAS não declinou a hipótese de assinar alguns dos seus discos no final do concerto, o qual, malgrado todas estas contrariedades no dia da despedida dos 6th COMM, resultou num dos melhores espetáculos dados em Portugal até ao momento, pelos três elementos que fundaram os Death in June (para além de Patrick, o próprio Douglas Pearce que ficou com os Di6, e também Tony Wakeford, à frente dos Sol Invictus). A energia e concentração que LEAGAS evidencia em palco traduzem bem o seu profissionalismo, mesmo usando backing tracks no seu laptop, uma característica que continua ainda a custar a entrar na cabeça de alguns elementos do público português, cujas opiniões curiosas se tornam no mínimo risíveis, nomeadamente quando resumem o espetáculo dado pelos 6th COMM a um show de karaoke!
Reinterpretando, numa hora e pouco, os grandes sucessos do grupo, e apresentando-se como velhos sobreviventes dos anos 80 (apontando igualmente para alguns dos presentes como companheiros de estrada em matéria de idade), PATRICK e a sua atual companheira trouxeram de volta, com uma urgência quase atlética que hipnotizou emocionalmente o público, temas clássicos que já vinham dos tempos dos DiJ, como “Foretold”, “Born Again”, “Othila” e “The Calling”, só para citar alguns da obra prima “Nada!”, ainda na companhia de Douglas Pearce.
Sabendo que, alegadamente, este seria o derradeiro concerto dos 6th COMM enquanto tais, só se pode epitomar de Mágico todo este desfile de memórias, que corrobora a máxima literária de que os melhores livros são aqueles que nos dizem exatamente aquilo que já sabíamos, o mesmo se podendo aplicar ao adeus às armas dos 6th COMM no nosso país e nesse espaço simbólico que é o Castelo de Leiria.
Como não assistimos ao concerto dos MOTORAMA, registamos apenas a sua passagem pelo palco Alma, tendo o coletivo russo alcançado a admiração de muitos presentes com quem trocámos impressões.
OS [:SITD:], cabeças de cartaz do dia dois do Entremuralhas, foram os responsáveis por um concerto dinâmico e intenso, curiosamente motivando opiniões contrárias. O registo eletro-industrial não está para floreados e rendas góticas portanto, terá sido por isso que alguns elementos da assistência se tenham afastado inicialmente, e por assim dizer como graça, do moshpit. A abrir o Palco Corpo nessa noite, os [:SITD:] mobilizaram bem quem tem algumas costelas de industrial no corpo, independentemente de precisarem ou não ir buscar mais uma cerveja, ou mais uma deliciosa sandes de lombo ou simplesmente integrar as longas filas do WC. Não generalizando os pontos fracos do género ou mesmo os traços menos conseguidos do grupo, não se pode dizer que tenha sido sequer uma performance sofrível, e aqui é que reside veramente o lado positivo desta edição do Entremuralhas – obrigar os diferentes parti-pris a conceder aos outros géneros alguma atenção e valor, e para isso, já sabemos que não se tem necessariamente de estar encostado ao palco, a gritar ou a fazer mosh e outras actividades mais enérgicas que, como bem se sabe, e passe mais uma vez a tirada humorística, não costumam ter lugar neste festival.
O pressuposto da tolerância, presente no espírito deste festival, vai obviamente ao encontro da aceitação de opiniões diferentes, desde que devidamente comprovadas. Com isto, abre-se facilmente via aos consensos, e elimina-se definitivamente as irritantes clivagens opinativas, obstáculos frequentes à consagração dos diferentes eventos musicais no nosso país. Estas palavras servem de introdução à performance dos franceses IGORRR, estrelas da segunda noite e que fechavam naturalmente as atuações no palco Corpo, no grande terreiro de entrada do Castelo de Leiria. Musicalmente, os IGORRR valem o que são – um projeto interessante de fusão entre o electro-industrial extremo (a fazer lembrar aquele subgénero de metal digital acelerado que no final dos anos 90 assolou a Europa e ao qual os escribas de publicações respeitáveis como a Terrorizer apelidavam de Gabba), e puros momentos de inspiração gótica, nomeadamente pela voz da exuberante LAURE LE PRUNEREC e da impressionante figura teatral de LAURENT LUNOIR. A estreia dos IGORRR em Portugal, no Entremuralhas, motivava pelo menos bastante curiosidade, nalguns casos, e total ansiedade noutros, a julgar pela histeria colectiva que pareceu animar as hostes em frente ao palco.
Diz quem sabe que temas como "Scarlatti 2.0", retirado do álbum “Hallelujah” de 2012, assim como outros do ep “Maigre”, de 2014, a “Nostril” (de 2010), sem esquecer os grandes êxitos como "Pavor Nocturnus", "Excessive Funeral", "Infinite Loop", "Tendon" e "Tout Petit Moineau", ou o final com a fusão de "Half a Poney" e "Unpleadant Sonata" mostraram os IGORRR no seu melhor. Terá sido bastante lamentada a ausência de encore dos IGORRR, depois de um concerto marcado pela intensa interação de LAURE com o público das primeiras filas, mas GAUTIER SERRE e os seus esbirros não regressaram, de resto uma infeliz mas necessária constante nestas andanças do Entremuralhas, já que o tempo não perdoa e preside ao desfile dos acontecimentos, com mão de ferro.
Pessoalmente, junto da equipa do Café Europa, um momento muito interessante do festival, embora a banda nos pareça envolta nalgum hype mediático. E assim nascia um novo dia, o último do Entremuralhas 2015.

Para a derradeira jornada anunciavam-se para nós pelo menos três bons motivos de interesse – o regresso dos AND ALSO THE TREES, os dark-folkers alemães ART ABSCONs e mais uma vez em Portugal, os eslovenos LAIBACH, recém-chegados de duas datas na Coreia do Norte. Relativamente aos restantes elementos do cartaz de sábado 29, os seus nomes pouco nos diziam, como é óbvio, não obstante ainda acabámos agradavelmente surpreendidos. Como também já é hábito neste certame, as tendas de merchandising, concretamente as da Equilibrium Music de Lisboa, e a Bunker Store do Porto, continuaram este ano a ser motivo de alto interesse e provavelmente por causa delas, o staff do Café Europa acabou por perder os Ash Code e os A Dead Forest Index, sobretudo quando a conversa começa a virar para o Metal extremo e as memórias de Hellhammer, Bathory, Mercyful Fate, Venom e similares não param de afluir; relativamente aos AND ALSO THE TREES, nada há a referir em especial – o público mais idoso gostou de os rever e os mais novos receberam-nos com entusiasmo e respeito. Ficaram bem no Entremuralhas, que lhes conferiu uma certa aura de respeitabilidade por um grupo que se aguentou tantos anos sem vacilar e sem fazer desmesuradas concessões às exigências do marketing, que é como quem diz, dos trabalhadores do comércio. Se tivéssemos que fazer um paralelo com a edição passada do festival, talvez o efeito fosse quase semelhante ao conseguido pelos lendários The Legendary Pink Dots.
Restavam-nos três bandas, uma das quais por nós desconhecida e que teve honras de fechar o festival.

Relativamente aos dark-folkers germânicos ART ABSCONs, foi uma boa surpresa vê-los ao vivo; será quiçá em palco que a sua arte total e literalmente se revela. Canções misteriosas, compostas dentro de um género de folk neoclássico, cantadas por Grandmaster Abscon em alemão, e as quais receberam ovações entusiastas do público, com gente empoleirada nas ameias da torre de menagem do castelo, e uma vasta plateia no terreiro em frente ao palco Alma. A combinação da sonoridade trovadoresca das canções com alguns dos aspectos cénicos que caracterizam os ART ABSCONs, fizeram deste concerto um dos mais visuais e talvez o único que mais se enquadrou na tradição dark-folk a que o Entremuralhas, sendo um festival gótico, nos habituou.

A antecipação do concerto dos LAIBACH nem sequer se fez sentir muito; com a descida das hostes pelos caminhos que ligam o terreiro cimeiro ao principal, em baixo, onde está montado o palco Corpo, depressa se repetiram as cenas de animação e convívio que afinal de contas definem este festival. Conversas, reencontros, sandes, sopa e cervejas para todos, e no P.A., como Backdrop musical, os temas do disco electrónico-barroco-ambiental dos LAIBACH, “The Art of Fugue”, “Kunst der Fugue”, “A Arte da Fuga”, que muitos consideram ser meramente um disco de versões de J.S Bach. Alguns mais aventureiros, querendo encontrar um melhor spot para visionar o concerto, dispunham-se pelas encostas com árvores e arbustos que ladeiam o terreiro e o palco, como testemunhas emboscadas de um evento sem igual, alguns sentados na beira dum tronco cortado, outros nas saliências de partes de raízes de árvores, outros ainda procurando ingloriamente não escorregar sobre declives com ângulos de pouco mais de 90 graus, outros ainda tropeçando nas ditas raízes e estatelando-se na noite, na altura em que quem assistia das laterais cimeiras podia vislumbrar a progressiva afluência de gente para junto do palco, enquanto outros ainda se encontravam cativos das longas filas para as deliciosas sandes de lombo. Há alguém que se assusta e desequilibra, quase tombando sobre os que estavam sentados à frente, ao passar próximo desta equipa, no momento em que um de nós faz um movimento brusco com o braço – segundos depois é a namorada que escorrega e cai sobre a curta minissaia gótica. No mesmo segundo ecoa o hino da Eurovisão (e não o hino da Europa, como alguns mais jovens pensaram…), seguido de “Eurovision”, o ominoso tema de “Spectre”, último álbum dos LAIBACH – e de repente tudo que pudemos observar imediatamente antes, passa a fazer sentido, à luz das actualidades. Salve-se quem puder – “Europe is falling apart”.
Esta passagem dos LAIBACH pelo Entremuralhas, só por si equivale a uma chave de ouro, e não será apenas pela reinterpretação de clássicos como “Leben Heisst Leben” ou “Tanz Mit Laibach”, ou de “B Maschina” ou “Brat Moj” (este dos tempos primordiais do coletivo artístico oriundo da pequena cidade montanhesa de Trebovlje); com efeito, ao vivo os temas de “Spectre” ganham contornos mais definidos, mobilizando os nossos ouvidos e massa cinzenta para uma compreensão mais afinada, sendo disso bom exemplo o entusiasmo da turba ao acompanhar temas tão heterogéneos presentes em “Spectre”, como “The Whistleblowers”, “Bossanova”, “Love on the Beat” (original de Gainsbourg), mas também “Resistance is Futile”, o aterrador “No History” ou mesmo a fantástica cover de “See That My Grave Is Kept Clean”, velha gema do bluesman negro Blind Lemon Jefferson.
Mas os LAIBACH são um coletivo artístico cuja encarnação musical é essencialmente satírica e por isso a piada ditatorial de dividir o público em duas partes e pedir que respondam em uníssono aos oh-oh-oh e instruções pré-gravadas, pondo as centenas de pessoas a responder às ordens de uma máquina digital, é por assim dizer a cereja em cima do bolo do “tongue in cheek” totalitário. São líderes natos em quem não se pode confiar muito, na mesma medida em que também não o fazíamos com os Monty Python.
E porque já tínhamos posto de lado a hipótese de entrevistar os LAIBACH, já que a conversa planeada com PATRICK LEAGAS tinha redundado em frustração por falta de tempo do próprio, eis quando nos chega Júlio Rodrigo, nosso camarada do programa “concorrente” Arranca-Corações, com o scoop inesperado de ter registado uns minutos de conversa com um dos fundadores dos LAIBACH, o diplomático IVAN NOVAK, entrevista essa que num gesto de imensa generosidade e camaradagem, Júlio Rodrigo partilhou com o Café Europa e que poderão ouvir no podcast desta emissão. Na entrevista Júlio Rodrigo questiona IVAN NOVAK sobre temas atuais da vida dos LAIBACH, assim como sobre alguns aspectos para o futuro. O nosso “MUITO OBRIGADO” ao Júlio Rodrigo e ao programa Arranca Corações, e que este continue ainda por muitos mais anos.

Ainda emocionados por este arrasador terramoto musical, que até podia ter fechado a edição deste ano do Entremuralhas, constatámos que essas honras foram concedidas com justiça aos suecos AGENT SIDE GRINDER, um grupo dos arredores de Estocolmo que faz um interessante cruzamento de memórias do final dos anos 70 e início de 80 (Joy Division, Ultravox ainda com John Foxx, Magazine, ou até os melhores momentos dos Depeche Mode). Um encerramento de festividades adequado e que fechou elegantemente esta edição de 2015 do Festival Entremuralhas.
A programação de 2016 já está a ser preparada e resta-nos depositar a confiança de sempre no colectivo da Fade In, para que continue a alimentar esta ideia da melhor forma, continuando a garantir ao nosso país um dos seus melhores festivais de música a sério, e não para brincar. Até para o ano, no “mesmo campo de férias” !