02. TYING TIFFANY - "Wake
Up" (ITA) (undercover - 2005)
03. TYING TIFFANY - "One
Girl" (ITA) (drop - 2014)
04. LENE LOVICH - "What
Will I Do Without You" (GBR) (flex - 1979)
05. LENE LOVICH - "It's
You, Only You (Mein Schmerz)" (GBR) (no man’s
land - 1982)
06. JORDAN REYNE - "Birds
Of Prey" (NZL) (birds of prey - 1997)
07. JORDAN REYNE - "The
Narcissus" (NZL) (the annihilation
sequence - 2013)
08. KELUAR - "Detritus" (GER) (ennoea e.p.
12" - 2013)
09. 6 COMM - "Calling"
(GBR) (…. recoil – compl. - 2001)
10. 6 COMM - "Content
With Blood" (GBR) (…. recoil – compl. - 2001)
11. MOTORAMA - "Empty
Bed" (RUS) (empty bed - 2011)
12. MOTORAMA - "Ship"
(RUS) (alps - 2010)
13. [:SITD:] - "Hurt"
(GER) (stronghold - 2003)
14. IGORRR - "Grosse
Barbe" (FRA) (hallelujah - 2012)
15. IGORRR - "Tendon"
(FRA) (nostril - 2010)
16. A DEAD FOREST INDEX - "Distance"
(NZL) (antique - e.p. - 2010)
17. A DEAD FOREST INDEX - "Cast
Of Lines" (NZL) (cast of lines - e.p. - 2014)
18. ASH CODE - "I
Can't Escape Myself (The Sound cover)" (ITA)
(empty room - e.p. - 2014)
19. ART ABSCONS - "Liliensonne"
(GER) (der verborgene gott - 2010)
20. ART ABSCONS - "Parzival"
(GER) (les sentiers éternels - 2012)
21. ART ABSCONS - "Gently
Does It (by Enharmonic)" (GER) (travelling with
ukulele - 2014)
22. AND ALSO THE TREES - "Gone...
Like The Swallows" (GBR) (virus meadow
- 1986)
23. AND ALSO THE TREES - "Candace"
(GBR) (when the rains come - 2009)
24. LAIBACH - "Warszawskie
Dzieci" (SLO) (1 VIII 1944 warszawa – e.p. - 2014)
25. LAIBACH - "Under
The Iron Sky" (SLO) (live at tate modern - monumental
retro-avant-garde - 2012)
26. LAIBACH - "The
Whistleblowers" (SLO) (spectre - 2014)
27. AGENT SIDE GRINDER - "Die
To Live" (SWE) (irish recording tape - 2009)
27 AGOSTO:
PHANTOM
VISION – 22h00 – palco corpo
A 27 de agosto, primeira noite do festival, decorre
inteiramente no palco corpo, no recinto da entrada do castelo e teremos a abrir
a representação nacional deste ano a cargo dos lisboetas PHANTOM VISION.
Formados em 2000 são, irrefutavelmente, a mais
importante banda “batcave” da cena nacional, no activo. A sua música,
resultante de assumidas influências de post-punk, goth-rock, psychobilly,
darkwave e do underground dos anos 80, tem tanto de sorumbática como de empolgante,
prestando-se, quase sempre, a estabelecer uma fórmula que a torna dançável.
Pedro Morcego, figura iconográfica da cena alternativa nacional, é a voz que
nos guia por entre catacumbas sombrias, recantos húmidos, teias de aranha
gigantes, strobes incandescentes, demónios e caveiras, ossos e carne
putrefacta… O timbre que nos revela estes devolutos cenários de fantasias
lúgubres, tem tanto de grave como de aveludado, e é uma das imagens sonoras de
marca dos PHANTOM
VISION. A banda completa-se com André
Joaquim (músico de inúmeras bandas, entre as quais, Dr. Frankenstein e Capitão
Fantasma) e James Dead (mentor do projecto Devil’s Lipstick) aos quais se
junta, ao vivo, a conceituada dançarina de burlesco e danças orientais, Ágata.
O universo idílico e poético que reveste a fantasiosa casta estética dos PHANTOM
VISION materializou-se em quatro
álbuns. O primeiro, “Nocturnal Frequencies”, foi editado em 2001 na etiqueta
britânica Nightbreed Recordings. Seguiram-se em 2003 “Traces Of Solitude”,
“Calling The Fiends”, no ano seguinte e, em 2005, “Instinct”, todos eles na editora germânica COP
International. Ao vivo, a banda já dividiu palcos com nomes tão importantes
como Uk Decay, Soror Dolorosa, Covenant, Ataraxia, Clan Of Xymox ou The
Mission.
TYING TIFFANY
– 23h00 – palco corpo
Depois dos nacionais PHANTOM VISION sobe ao palco
corpo a italiana TYING
TIFFANY que estreia-se em Portugal, dez
anos depois de ter editado “Undercover” e que reflectia a sua paixão pela música industrial,
punk e darkwave. Uma década e quatro álbuns depois (“Brain For Breakfast” de
2007; “People’s Temple” de 2010; “Dark Day, White Nights” de 2012; e “Drop” o
seu último trabalho de 2014) a “menina rebelde”
da cena transalpina apurou a estética e tornou-se numa respeitada e refinada
senhora da música electrónica. Contudo, esta compositora-cantora-performer,
nunca descurou o formato de canção, ao mesmo tempo que não colocou de lado a
necessidade de procurar sempre um caminho estético não-conformista. O resultado
é maioritariamente sofisticado mas com presença de instrumentos orgânicos como
a bateria, a guitarra eléctrica ou o baixo. Talvez tenha sido o seu passado
como designer, fotógrafa ou actriz, a delinear os contornos de uma personagem
multidisciplinar, que tanto aborda o palco como uma rufia provocadora, como
vestindo a pele da mais elegante das divas. TYING TIFFANY tem um percurso invejável, embora se tenha
mantido na sombra dos holofotes do mainstream. Ainda assim há alguns episódios
surpreendentes: dividiu palcos com nomes como Buzzcocks, Eels, The Rapture,
dEUS e Iggy Pop. Andou em digressão com Alec “Atari Teenage Riot” Empire e
colaborou com Nic Endo (também dos ATR) ou com o mestre Pete Namlook. As suas
canções foram alvo de remisturas várias, uma das quais pelos enormes Revolting
Cocks – a super banda de Al Jourgensen (Ministry), Luc Van Acker e Richard 23
(Front 242). Em 2010 viu o seu tema “Storycide” ser seleccionado para rodar num
dos episódios do CSI: Las Vegas, e dois anos mais tarde, “Drownin’” foi
incluído na banda sonora do jogo FIFA 12 ao lado dos The Strokes, Digitalism ou
TV On The Radio. No seu currículo fazem parte ainda passagens por alguns dos
mais carismáticos festivais do mundo como o Wave Gotik Treffen de Leipzig, no
velho continente, ou o SXSW em Austin, Texas, em terras de Tio Sam. TYING
TIFFANY é uma figura que nos empolga.
Temos a certeza que ela e companheiros não deixarão créditos por mãos alheias
na sua aguardada passagem pelo ENTREMURALHAS 2015.
27 AGOSTO:
LENE LOVICH
BAND – 00h00 – palco corpo
A
fechar a primeira noite o regresso a Portugal de LENE LOVICH. Um ícone incontornável da new-wave dos anos
80 e uma figura de imagem e obra mundialmente reconhecidas. Nascida em Detroit,
nos Estados Unidos, Lili Marlene Premilovich (de seu verdadeiro nome) mudou-se
ainda jovem para Londres, fazendo de Inglaterra a sua pátria adoptada. Autora
de um número impressionante de êxitos, alguns dos quais, como por exemplo, “"What
Will I Do Without You" ou “I"t's You, Only You”, LENE
LOVICH construiu um universo sonoro
peculiar, fazendo uma miscigenação pop polvilhada de infuências derivadas do
rock, do raggae, do ska e da synth-pop. Mas é a sua voz particularmente
característica, onde se reconhecem claros trejeitos teatrais, que lhe conferem
uma identidade única. De resto, não foi por acaso que outros grandes nomes
mundiais quiseram, ao longo dos anos, a colaboração desta senhora de visual
extravagante e exótico, casos de Tom Verlaine, Thomas Dolby, Nina Hagen, The Residents,
Peter Hammil, Hawkwind ou Dresden Dolls, só para citar alguns. No ENTREMURALHAS
2015, em pleno Castelo de Leiria, LENE LOVICH será acompanhada pela sua BAND constituída por Jude Rawlins, na guitarra,
Kirsten Morrison nas teclas, Valkyrie no baixo e pelo baterista Morgan King,
num concerto que, certamente, nos vai pôr todos a dançar ao som de emblemáticos
temas. Será, sem qualquer dúvida, histórico...
28 AGOSTO:
JORDAN REYNE
– 18h00 – igreja da pena
No
segundo dia do Entremuralhas já com os três em funcionamento, cabe a JORDAN
REYNE é uma alma nómada, com raízes na
Nova Zelândia e com a voz de mil almas dentro, estrear o palco da igreja da
pena nesta edição. A sua música é, maioritariamente, uma mistura de
vocalizações pagãs e celtas, erigidas com guitarra à tira-colo. Mas, por vezes,
também há margem para os ritmos maquinais da “revolução industrial” que inspira
algumas das suas letras, num imaginário onde nem sequer faltam as locomotivas a
vapor, ornamentos metafóricos que lhe têm valido também o título de
“steampunker dos antípodas”. Três vezes nomeada para os “New Zealand Music
Awards”, JORDAN REYNE viu alguns
dos seus discos receberem o apoio da Creative New Zealand – o equivalente
nacional (se ainda houvesse…) ao Ministério da Cultura. Para além da sua já
longa carreira, onde podemos descortinar seis álbuns (dois dos quais sob o
heterónimo de Dr. Kevorkian & The Suicide Machine), sendo o seu primeiro
álbum de 1997 “Birds of Prey”. JORDAN REYNE é ainda membro ao vivo dos The Eden House, a
super banda onde pontifica, por exemplo, Tony Pettit. Aliás, o baixista dos
Fields Of The Nephilim é um dos convidados de “The Annihilation Sequence”, o
mais recente longa-duração de JORDAN REYNE que, curiosamente, foi misturado e masterizado por Stephen Carey. JORDAN REYNE, que também
deu voz à saga “Senhor dos Anéis”, é considerada uma das mais abençoadas,
talentosas e inteligentes compositoras/performers da Nova Zelândia e a crítica
não lhe tem poupado elogios. A BBC, por exemplo, descreve-a como “esplêndida e
colossal”, e o lendário jornalista e escritor Mick Mercer afirma que “o seu
impecável timbre tem um quê de agradável malícia”. Até os frios eslovenos
Laibach se renderam aos seus encantos, tendo convidado esta senhora a abrir os
seus concertos na Polónia. A vinda desta “feiticeira” à Igreja da Pena do
Castelo de Leiria será, por tudo isto, absolutamente imperdível.
28 AGOSTO:
KELUAR – 19h00 – igreja da pena
O
segundo projeto a subir ao belíssimo palco da igreja da pena são os alemães KELUAR. A nova aventura sonora de Alison Lewis
(também conhecida por Zoè Zanias), a londrina que dava voz aos extintos Linea
Aspera (um dos grandes nomes da cena synth-minimal-wave revivalista europeia) e
de Jonas Förster (também conhecido como Sid Lamar), multifacetado músico e
produtor, e membro proeminente dos germânicos Schwefelgelb. O background da
dupla envolvida em KELUAR
tende-nos, facilmente, a estabelecer comparações com os trabalhos desenvolvidos
anteriormente, mas desengane-se quem pense encontrar aqui qualquer tipo de
continuidade. KELUAR representa
uma ruptura. Os resquícios de Linea Aspera não passam disso mesmo… resquícios.
A curva deu-se em direcção ao ocaso, por isso, no universo dos KELUAR a luz é muito pouca. Os ritmos são
minimalistas e as melodias frias e distantes. A voz é atirada ao vento, como
uma brisa que beija ao de leve, aparentemente desinteressada mas,
paradoxalmente, marcante. Aqui e ali lembram-nos a de Zola Jesus, mas a voz de
Zoè, apesar da sua aura gélida, consegue (imagine-se!) ser mais quente que a de
Nika Danilova. De resto, no território desbravado pelos KELUAR encontramos também uma área demarcada
reservada a um certo conceito exploratório, como se a banda procurasse, dentro
das claras referências que os circundam, uma escapatória em direcção a uma
sonoridade cada vez mais personalizada e única. O espectáculo nas ruínas da
Igreja da Pena terá uma áurea que em mais lado nenhum consegue ter.
28 AGOSTO:
6 COMM – 21h00 – palco alma
Momento alto do EM2015 será, sem duvida, o concerto
que os históricos
6 COMM darão no Castelo de Leiria,
provavelmente, o último concerto da sua longa carreira de quase três décadas,
uma vez que este foi o ano anunciado para pôr um ponto final na banda dos “mil”
disfarces: Patrick Leagas, também conhecido por Patrick O-Kill, fundou os
6 COMM em 1986 depois de ter deixado os
Death In June de quem foi percursionista, vocalista e membro fundador. Aliás,
Patrick Leagas é a voz de algumas das mais emblemáticas canções do controverso
colectivo que dividia com Tony Wakeford e Douglas P. “Torture Garden”, “Doubt
To Nothing”, “Foretold”, “Caroussel”, “Born Again”, “State Laughter” ou “Calling”
foram escritas nos Death In June, mas, ao longo dos anos, foram, por direito
próprio, alvo de inúmeras versões e re-arranjos nos 6 COMM. E, para nosso gáudio, Leagas promete
interpretar algumas delas no aguardado concerto do ENTREMURALHAS 2015. Os 6
COMM têm forte imagética militarista e
a sua música pode, por vezes, ser esmagadoramente claustrofóbica, no entanto, é
nos raios de luz que entram pelas friestas sonoras das suas composições que se
distingue a mais fluída da suas vertentes. E aí, encontramos uma obra próxima da
pop com texturas electrónicas e nuances ritualistas, elementos que advêm, por
certo, das fortes influências mitológicas e mágicas que sempre timbraram
Patrick Leagas. Por tudo isto, e pelo contexto específico do seu enquadramento,
o concerto dos 6 COMM será, sem
dúvida, mais um dos momentos marcantes da história deste festival.
28 AGOSTO:
MOTORAMA – 22h30 – palco alma
A dividir o palco alma nesta
segunda noite estão os russos MOTORAMA que “voam directamente” da cidade portuária de Rostov-on-Don para o
Castelo de Leiria. Na bagagem trazem repertório suficiente para brindar todos
os presentes com os mais refinados temas dos seus três álbuns: “Alps” de 2010, “Calander”
de 2012 e o recente “Poverty”. O quinteto dá corpo a um dos mais consolidados
grupos post-punk da actualidade. Mas a sua música, onde – é verdade – se nota
uma forte herança do legado Joy Division e The Sound, não se confina às cores
monocromáticas características do género principal que os caracteriza. Aqui e
ali, observamos pinceladas de outras cores, numa paleta que origina incursões
(ténues mas notadas) ao shoegazing, à new wave e ao indie rock mais
sorumbático. Talvez seja a voz de Vladislav Parshin, claramente “assombrada”
pelo timbre de Ian Curtis (e, aqui e ali, até pelo de Stuart Staples do
Tindersticks), que seja a responsável maior pela aura nostálgica que paira
sobre a sonoridade da banda. Mesmo quando os dedilhados de guitarra nos remetem
para outras temperaturas que não estamos habituados a conotar com a grande
Rússia, há sempre a um baixo monocórdico e uma bateria de trejeitos graves que
fazem com que nunca esqueçamos que a fronteira estética da banda está, apesar
de tudo, muito bem confinada. Curiosamente, é da reputada BBC uma das frases
que melhor define os MOTORAMA:
“Eis uma banda sediada junto à fronteira da Ucrânia que se assemelha a um bando
de nova-iorquinos a simular o som de Manchester nos anos 80. Tudo isto seria
absurdo se o resultado não soasse tão sublime!”. E será isso então, que
poderemos confirmar, ao vivo, em Agosto, no Palco Alma do Entremuralhas –
aquele local especial, mais perto do céu…
28 AGOSTO:
[:SITD:] – 00h00 – palco corpo
Os germânicos [:SITD:] são uma das mais bem sucedidas e aclamadas bandas electro industriais da
Europa. A sua sonoridade distingue-se pelas melodias e pelas nuances
contemplativas das ambiencias que por vezes as acompanham. Os ritmos, tanto
podem ser em mid-tempo como em velocidade acelerada, tonificados, normalmente,
por sequenciadores circulares que nos fazem bater o pé e dançar. As
vocalizações tanto se podem apresentar limpas como saturadas em efeitos, tendo
sempre um papel fundamental na identidade do grupo. Os [:SITD:] – iniciais de Shadows In The Dark (que é uma
uma expressão metafórica relativa à música e ao conteúdo lírico da própria
banda) – formaram-se em 1996 e são constituídos por Carsten Jacek, na voz,
Thomas Lesczenski na programação e voz secundária e o teclista Francesco
D’Angelo teclas. Para além do seu numeroso espólio editorial, onde pontificam
discos como “Stronghold” em 2003; “ICON:KORU” em 2011, e “Dunkelziffer” em
2014, os [:SITD:] são também
conhecidos pela quantidade de remixes que já fizeram e de que são alvo. Rezam
as crónicas que os seus concertos ao vivo são de grande impacto. Certo, certo é
que também vão inscrever o seu nome no ENTREMURALHAS 2015 onde assumiram o
compromisso de colocar todos os presentes a dançar, como aliás, manda a
tradição do Palco Corpo.
28 AGOSTO:
IGORRR – 01h30 – palco corpo
O ENTREMURALHAS nunca teve, em seis edições, uma
banda tão extrema como os IGORRR, que
fecham o segundo dia no palco corpo. Extrema e inventiva, acrescente-se! A estes
dois adjectivos podemos, tranquilamente, juntar mais três: genial, vanguardista
e portentosa. IGORRR é obra do
gaulês Gautier Serre, um exímio compositor e manipulador de sons, ao qual se
juntam ao vivo a vocalista Laure Le Prunerec (que com Gautier divide os não
menos criativos Corpo-Mente) e o vocalista Laurent Lunoir. 2005 foi o ano de ignição
desta extravagante sonoridade de ópera, música barroca, death-metal, breakcore,
drum’n’bass e folclore, cujo resultado culmina numa abrasiva eloquência de
contornos únicos que não deixa ninguém indiferente. Em 2010, quando
IGORRR lançou “Nostril” – então o seu
terceiro álbum – a aclamação da crítica foi unânime. A importante revista Les
Inrockuptibles, por exemplo, colocou o disco na lista de álbuns mais
importantes da cena metal ou electro, a par de bandas como Nine Inch Nails,
Marilyn Manson ou Ministry. Já a Side-Line destacou a sua frescura e distância
de tudo o resto editado até então. 2012 foi o ano em que IGORRR foi recrutado pelos sempre atentos e nada
estanques Morbid Angel para assumir uma da remisturas do seu polémico disco
“Illud Divinum Insanus”, e foi também o ano de “Hallelujah”, um quatro álbum
que consolidou IGORRR como dono
de um território sonoro absolutamente ímpar! A minúcia com que Gautier Serre
tece a filigrana teia de sons de IGORRR faz a obra de Richard D. James parecer uma coisa de aluno e não de
mestre. A prestação ao vivo de IGORRR no Entremuralhas 2015 será, certamente para todos, uma experiência
sonora de contornos inolvidáveis.
29 AGOSTO:
A DEAD
FOREST INDEX – 18h00 – igreja da pena
Os
A DEAD FOREST INDEX, os segundo
representantes da NZ nesta edição do EM, iniciam os concertos do último dia. Os
A DEAD FOREST INDEX são Formados pelos irmãos Adam Sherry, na voz
e guitarra e Sam Sherry, nas teclas e bateria, aos quais se juntou, no final de
2014, Gemma Thompson, nada mais nada menos do que a guitarrista das muito
aclamadas Savages. Aliás a sua relação com a banda já se materializara com a
extensa digressão conjunta no ano passado e na editora comum, a Pop Noire.
Antes da incursão europeia, já os A DEAD FOREST INDEX tinham aberto o
concerto dos lendários Killing Joke, em Melbourne, na Austrália. A primeira
coisa que nos prende aos A
DEAD FOREST INDEX é a voz. Uma voz
lindíssima que tanto nos remete para a profundidade de uma Nico como para o
universo dramático de Billy Mackenzie dos The Associates. Mas não é só o timbre
que nos fascina. As canções e a forma como são construídas e, posteriormente,
desconstruídas, são uma das “imagens de marca” da banda. A música destes
neozelandeses é polvilhada apenas pelo essencial. Nada aqui é supérfluo. Talvez
por isso soe tão minimalista e despida, contrastando descaradamente com a
enormíssima alma que a veste. “Cast Of Lines” ou “"Distance", são uma
pequena amostra de que farão as ruínas da Igreja da Pena transpirar de sentidos
e embalar-nos-ão na luz do crepúsculo que não tardará em chegar…
29 AGOSTO:
ASH CODE – 19h00 – igreja da pena
Os italianos ASH CODE são uma das grandes revelações da cena coldwave/darkwave-postpunk europeia. Formada em Nápoles, em Janeiro de 2014, a banda precisou apenas de alguns meses para compor os temas de “Oblivion”, álbum lançado logo a seguir ao primeiro verão da sua existência. E tem sido com esse disco que os ASH CODE têm conquistado rapidamente fãs e crítica especializada, que não lhes poupa os mais rasgados elogios. A presença dos ASH CODE no ENTREMURALHAS 2015 fará as delícias dos apreciadores de bandas como She Past Away, The Soft Moon ou She Wants Revenge, ou ainda os mais saudosos poderão fechar bem os olhos e lembrar-se de Adrian Borland, se nos presentearem com a versão de "I Can't Escape Myself”.
Os italianos ASH CODE são uma das grandes revelações da cena coldwave/darkwave-postpunk europeia. Formada em Nápoles, em Janeiro de 2014, a banda precisou apenas de alguns meses para compor os temas de “Oblivion”, álbum lançado logo a seguir ao primeiro verão da sua existência. E tem sido com esse disco que os ASH CODE têm conquistado rapidamente fãs e crítica especializada, que não lhes poupa os mais rasgados elogios. A presença dos ASH CODE no ENTREMURALHAS 2015 fará as delícias dos apreciadores de bandas como She Past Away, The Soft Moon ou She Wants Revenge, ou ainda os mais saudosos poderão fechar bem os olhos e lembrar-se de Adrian Borland, se nos presentearem com a versão de "I Can't Escape Myself”.
29 AGOSTO:
ART ABSCONS – 21h00 – palco almaART ABSCONS é um misterioso projecto alemão liderado por uma pessoa cuja verdadeira
identidade se desconhece. Este “personagem”, que se auto-intitula de
Grandmaster Abscon, apresenta-se sempre por detrás de uma máscara que, para
muitos, causa repulsa e medo. Mas esses sentimentos são claramente antagónicos
à música de ART ABSCONS: bela, doce, atraente, mas com um “quê” de mistério. Em
palco, esse desconhecido indivíduo é acompanhado por mais três mascarados que
escondem as suas verdadeiras faces. Está visto, pois, que existe aqui,
claramente, um conceito que, em palco, pode até ganhar contornos de
melodramatismo teatral. De resto, nunca se poderia esperar “normalidade”
artística a quem se diz influenciado por Death In June, por Lee Hazlewood, pela
música Ye-Ye francesa dos anos 60 ou por Picasso. Confusos? Não estejam. A
música de ART ABSCONS é uma espécie de neofolk cénico, com arranjos audaciosos,
arestas limadas e com a inclusão de inesperados elementos de proveniências tão
improváveis como a country. A voz, sempre numa toada entre o spoken-word e o
cantado, é suave e discreta, mas tem uma presença que transmite a força das
palavras, mesmo quando a língua em que são proferidas nos impede de as
entendermos (ainda assim, é impossível não as sentirmos). A riqueza de ideias e
as soluções sonoras apelativas e ao mesmo tempo “estranhas”, proliferam no
universo de ART ABCONS, tornando-o num território. Será, certamente, uma das
grandes surpresas para muitos dos presentes, para nós aqui no CE é um dos
concertos mais aguardados.
29 AGOSTO:
AND ALSO THE TREES – 22h30 – palco almaOs
ingleses AND ALSO THE TREES encerram
o palco alma desta sexta edição do EM. Formados
em 1979 e são, provavelmente, os últimos sobreviventes e os legítimos herdeiros
do espírito neo-romântico da geração pós-punk. A sua música melancólica,
profunda e aveludada, é tecida a partir do dedilhado de guitarra único e
característico de Justin Jones, ao mesmo tempo que é beijada pela voz
incomparável e com alma dentro de seu irmão Simon Huw Jones. De resto, a
sonoridade sorumbática do grupo, cujo primeiro álbum foi produzido em 1983 por
Laurence Tolhurst (à data, baterista dos The Cure) completa-se com a intervenção
de Steven Burrows, Paul Hill, Ian Jenkins e Emer Brizzolara. Curiosamente, a
relação com os The Cure não foi episódica. Robert Smith, fã confesso dos AND
ALSO THE TREES, tem seguido a carreira e obra da
banda, materializada em dezena e meia de álbuns. Em dezembro de 2014, os The
Cure voltaram a convidar os AND ALSO THE TREES
para abrir mais um dos seus espectáculos, 30 anos depois de o terem feito pela
primeira vez. O universo do grupo da pequena localidade de Worcestershire,
inspirado nas paisagens e no ambiente rural que os circunda, transforma-se num
imaginário lírico rico e elaborado, dando origem a um vasto espólio de canções
que tanto apraz os fãs de Joy Division, Bauhaus e Chameleons, como delicia os
de Crime And The City Solution, Tindersticks ou Nick Cave. Os AND
ALSO THE TREES regressam de novo a Leiria, cinco
anos depois de o terem feito, em exclusivo e pela primeira no nosso país (então
num dos episódios do FADEINFESTIVAL 2010), mas desta vez para tocarem mais
perto do céu…
29 AGOSTO:
LAIBACH – 00h00 – palco corpo
Dez anos depois a FADE IN volta a fazer a vontade a muitos dos seus amigos e é com desmesurado orgulho e honra, que agenda para esta edição do EM o regresso a Leiria dos iconográficos, provocadores e inimitáveis LAIBACH – uma semana depois de fazerem história com os dois concertos que têm agendados para a Coreia do Norte.
Dez anos depois a FADE IN volta a fazer a vontade a muitos dos seus amigos e é com desmesurado orgulho e honra, que agenda para esta edição do EM o regresso a Leiria dos iconográficos, provocadores e inimitáveis LAIBACH – uma semana depois de fazerem história com os dois concertos que têm agendados para a Coreia do Norte.
Sintetizar em tão poucas linhas a obra e a importância desta banda é
quase um crime de lesa-estado. E “Estado” é uma palavra intrínseca aos próprios
LAIBACH. Para além de terem tido
um papel de enorme relevância na independência da Eslovénia (o grupo, sedeado
na cidade de Trbovlje, é mesmo um simbolo nacional) os LAIBACH são ainda membros fundadores da NSK – Neue Slowenische
Kunst (Nova Arte Eslovena), um controverso colectivo político e artístico que,
entre outros, criou um Estado virtual, sem território físico, mas com cidadãos
titulares de passaportes e com consulados em várias cidades da Europa. A
estética musical dos LAIBACH tem
vindo a sofrer alterações de década para década. Os seus 35 anos de carreira
começaram na música industrial no seu estado mais puro e virginal. Os anos 80
foram, pois, marcados pelos ritmos e percurssões maquinais e fabris,
vocalizações graves e coros wagnerianos, onde nem sequer faltaram versões dos
Rolling Stones, Queen e Opus (com os
LAIBACH a interpretarem “Life Is Life” de uma forma subversiva,
transformando aquele êxito numa marcha militarista triunfal) e o álbum “Let It
Be”, dos Beatles, a ser versionado na sua totalidade. Nos anos 90 a banda
experimentou as electrónicas e, posteriormente, a fusão destas com as guitarras
de riffs pesados, num álbum intitulado “Jesus Christ Superstar”, que acabou por
influenciar toda uma nova corrente de bandas e de miscigenações de estilos.
“WAT” de 2003, “Volk” de 2006 e “Spectre” de 2014 são já álbuns de pura
sofisticação, com sonoplastias técnicas do mais fino recorte, temas
fenomenalmente escritos e produzidos, de crítica política/social afiada e
inteligente, mordaz e incisiva, que nos continuam a mostrar uma banda com um
vastíssimo manancial e arrojo estético, materializado com todo o seu esplendor
nas suas estupendas prestações ao vivo. A propósito do concerto dos LAIBACH na Tate Modern em Londres – a
galeria de arte moderna mais visitada do mundo – escrevia o jornal The Guardian
o seguinte: “Laibach at their best blur art and confrontation”. Portanto, a
arte e o confronto como um todo indivisível. Não há outra banda assim…
29 AGOSTO:
AGENT SIDE
GRINDER – 01h30 – palco corpoOs AGENT SIDE GRINDER chegam-nos de
Estocolmo, Suécia para encerrar o EM2015. Juntos desde há dez anos, o quinteto,
dá corpo aquela que é uma das mais empolgante e apelativa banda de post-punk de
reminiscências industriais da actualidade. Os espólio criativo dos AGENT SIDE GRINDER começou a ser
erigido com o álbum homónimo editado em 2008, ao qual se seguiu, em 2009,
“Irish Recording Tape”, dois discos que traçavam, desde logo, a personalizada
caminhada do grupo, mas onde pairava, ainda, uma certa aura experimental. Estas
duas obras iniciais foram suficientes para que o colectivo ganhasse uma
reputação crescente por toda a Europa. Mas foi com “Hardware”, o disco de 2013,
que a banda revelou uma capacidade expansionista, quer em termos estéticos
(mais apurados e estilizados) quer em termos geográficos (a aclamação
extrapolou a do velho continente) arrebatando o título de “álbum do mês” na
Vice Magazine e aparecendo nas listagens de melhores discos do ano em publicações
como a Time Out Paris – vindo mesmo a ganhar o “Manifest Award” (os Grammy
indie suecos) de melhor álbum “synth” de 2013. Os AGENT SIDE GRINDER já “andaram na estrada” com nomes como Cold
Cave ou Suicide. Ao vivo, a excelência da banda reforça-se e cresce
substancialmente. A presença de Kristoffer Grip em palco, com uma postura
verdadeiramente carismática, não deixa absolutamente ninguém indiferente. 2015
verá a luz de “Alkimia”, o novo álbum da banda e também, finalmente, a sua
estreia ao vivo no nosso país.