sexta-feira, 29 de junho de 2012

Café Europa: Emissão #28, de 25 de Junho de 2012

01. MARC ALMOND & GENE PITNEY “Something's Gotten Hold Of My Heart” GB
02. DAVID BOWIE “See Emily Play” GB
03. C.O.T.A. (Children Of The Apocalipse) “Come Children Come (electronic version)USA
04. SILVER LADY “Opéra Pas Mal part 1” FR
05. DER ARBEITER “Victoria” ARG
06. VAL DENHAM & Ô PARADIS “You’re Not My type” GB / ESP
07. LADYTRON “Little Black Angel” GB
08. CULT OF YOUTH “New West” USA
09. BLOOD AXIS “Erwachen In Der Nacht” USA
10. BLOOD AXIS “Walked in Line (joy division cover)  USA
11. DRAGON SPIRIT “Always Be Ours”  GB
12. STORMCLOUDS “The Darkest Hour” GB
13. STORMCLOUDS “Nightwinds”  GB
14. STORMCLOUDS “Dream On My Angel”  GB
01. NICK CAVE & THE BAD SEEDS “Something's Gotten Hold Of My Heart” AUS
02. ROME “Ballots and Bullets” LUX
03. STRENGTH THROUGH JOY “The Force of Truth and Lies” GB
04. OSTARA “The Reckoning” GB
05. ONIRIC “Blessing”  IT
06. SPIRITUAL FRONT “My Erotic Sacrifice”  IT
07. ECHO AND THE BUNNYMEN “The Killing Moon” GB
08. BUTTHOLE SURFERS “I Saw An X-Ray Of A Girl Passing Gas”  USA
09. GALAXIE 500 “Here She Comes Now” USA
10. DAMON AND NAOMI “In the Morning” USA
11. BRIAN ENO “Driving Me Backwards” GB
12. BRAINDERSTORM “Velvet Bloodline” PT
13. BLOOD AXIS “The March of Brain Boru” USA
Damon & Noami
(Photo by Angelo Fernandes)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Café Europa: Emissão #27, de 18 de Junho de 2012

01. SOL INVICTUS “Against the modern world” GB
02. PSYCHIC TV “Good vibrations” GB
03. BEACH BOYS / SAINT ETIENNE “Wouldn’t it be nice” USA/GB
04. BEACH BOYS / MAGNETIC NORTH “You still believe in me” USA
05. BEACH BOYS / THE SAND BAND “That’s not me” USA/GB
06. BEACH BOYS / TIM BURGESS “Don’t talk (put your head on my shoulder)” USA/GB
07. BEACH BOYS / JEFFREY LEWIS (w. WOODEN WAND and JANET SIMPSON OF DELICATE CUTTERS “I’m waiting for the day” USA
08. BEACH BOYS / NEIL COWLEY TRIO “Let’s go away for awhile” USA/GB 
09. BEACH BOYS / TOM MCRAE AND THE STANDING BAND “Sloop John B” USA/GB
10. BEACH BOYS / LES LIMAÑANAS “I know there’s an answer” USA/FR
11. BEACH BOYS / JODIE MARIE “Here today” USA/GB 
12. BEACH BOYS / GAZ COOMBES “I just wasn’t made for these times” USA/GB
13. BEACH BOYS / HUMAN DON’T BE ANGRY “Pet sounds” USA/GB
14. BEACH BOYS / THE FLAMING LIPS “God only knows” USA
01. WESTWIND “Against the modern world” FR
02. LES JUMEAUX DISCORDANTS “Almus spirits” IT
03. MIRO SNEJDR “Kameradschaft” SVK
04. DEATH IN JUNE “Red Odin day” GB
05. BOYD RICE / NON “Imollation of Man” USA
06. SCORPION WIND “The path of the Cross” GB/USA
07. C.O.T.A. (CHILDREN OF THE APOCALIPSE) “Come Children come” USA
08. BLOOD AXIS & LES JOYAUX DE LA PRINCESSE “Absinthe” USA/FR
09. LES JOYAUX DE LA PRINCESSE “Hymne des criox de sang” FR
10. KREUZWEG OST “Calvaria” AUT
11. HORUS CHAMBER “Estava escrito, Meu Menino, estava escrito” POR
12. HORUS CHAMBER “Against the modern World” POR
The Flaming Lips

Jeffrey Lewis

Wooden Wand
(Photos Jeffrey Lewis & Wooden Wand by Angelo Fernandes; The Flaming Lips by Mi)


terça-feira, 19 de junho de 2012

Café Europa Apresenta : Beach Boys “Pet Sounds” (1966) & V.A. – MOJO Presents Pet Sounds Revisited (2012)

Há já largos anos que o mercado das publicações musicais com sede no reino unido se encontra saturado – tantas revistas a darem-nos mais do mesmo, revisitando temas e mexericos triviais que já não se aguentam em pé por total falta de consistência jornalística. Nomeadamente na área da pop/rock alguns bons exemplos foram sobrevivendo na última década, e depois da Q, tanto a Mojo como a Uncut estabeleceram-se como valores de referência, e se esta se mostra mais ambivalente em territórios músico/cinéfilos, a Mojo afirma-se como um arco triunfal de mármore sob o qual desfilam os nomes mais significativos e importantes da música popular.
Mas não é para vos falar de revistas que o Café Europa reúne em tertúlia, mas sublinhar a relevância de uma iniciativa da Mojo, ao celebrar os 50 anos dos Beach Boys, assim como o seu regresso à atividade em grupo já sem os irmãos Carl e Dennis Wilson, mas com a reunião de Bruce Johnston , Al Jardine, David Marks, ao sobreviventes do núcleo duro, o primo Mike Love e o grande irmão Wilson, cujo nome  é anagrama de Brain.
Brian Wilson foi ao longo das últimas três décadas e meia alvo de estranho processo de endeusamento público, a que não faltaram injúrias e arremessos de descrédito, por vezes quase totalmente justificados por total inépcia e frouxas produções, quase sempre calados por irradiações de puro génio que para muitos não podem ter qualquer outra explicação que não a da inspiração divina. A Brian Wilson já se chamou de tudo – de génio a deus vivo, de atrasado mental a uma criança grande MK Ultra. Depois do estado neurológico depauperado a que chegou no final da década de 70, Wilson recuperou lentamente, ultrapassando os dramas das mortes dos seus irmãos, companheiros de uma longa carreira, e atingindo um planalto de aparente tranquilidade com a chegada do novo milénio.
Por isso tudo, e também porque é normalmente acusado de ter composto o disco mais maravilhoso da história da pop music, é que a Mojo decidiu assinalar esta reunião do meio século com o remake tributo de “Pet Sounds”, originalmente lançado há 46 anos, contando para o efeito com um impressionante painel de favoritos, também eles discípulos dos rapazes de Hawthorne, LA Cali.
Pet Sounds Revisited” não podia começar de melhor maneira, com o charme e a presença dos Saint Etienne, fresco combo de pop dançante britânico que manifestamente já dura há tempo suficiente para ser finalmente levado a sério. Com efeito o tratamento que o trio de Sarah Cracknell confere à memorável “Wouldn’t it be nice”, enquanto cover, traz de volta o agradável choque surpresa com que os Saint Etienne apanharam o mundo quando em ‘91 abriam o seu estreante “Fox Base Alpha” com a versão de “Only love can break your heart” de Neil Young. Os anos não passaram sobre a voz de Sarah, e quando entoa “ não seria bom que fôssemos mais velhos”, até parece verdade. Ao intro semi sussurrado, a cover desenvolve num compasso chachachá sintético mas brilhante, com a aura sempre adolescente dos Saint Etienne, quase a relembrar coisas como Altered Images e Strawberry Switchblade.
Com esta nota de abertura simpática, “Pet Sounds” revisited prossegue com os exercícios de canto coral low profile do trio Magnetic North em “You Still Believe in Me”, uma das faixas orelhudas e mais mágicas figurantes no álbum original dos Beach Boys. Passa depressa mas fica a doçura com que os três cantores, entre os quais está Hannah Peel, coqueluche indie de origem irlandesa e dona de uma das vozes femininas de destaque neste disco, tributam aos Beach Boys. Outra presença bem-vinda em “Pet Sounds Revisited”, é a de Tim Burgess, em tempos a figura de proa dos Charlatans, que nos oferece uma sentida interpretação de “Don’t talk, put your head on my shoulder”, um tema de tão elevado cunho pessoal que aparentemente só Brian Wilson seria capaz de o fazer. Mais um ponto em favor deste tributo.
Na abordagem feita no Café Europa ao tributo aos Beach Boys e ao seu álbum de ‘66 “Pet Sounds”, organizado pela revista britânica Mojo, deixámos de parte até agora dois temas, não porque não prestassem, mas talvez porque a sua apropriação por mãos alheias falhasse nas proporções alquímicas necessárias (falamos da Sand Band em “That’s not me” e a Jeffrey Lewis, cobrindo “I’m waiting for the day”).
Queremos nós dizer com isto que as versões não podem ter cunhos pessoais? Longe disso! E a prova segue logo com a leitura de um dos instrumentais a que Brian Wilson chamava de Fire Music – música para atear incêndios emocionais, por vezes com resultados físicos inesperados… – na cover de “Let’s go away for a while”, pelo Neil Cowley Trio, uma aposta segura na habilidade ousada de levar longe as deambulações melódicas do mestre para lá da cintura de asteróides, numa atitude lounge muito pouco heliocêntrica, quase a roçar os ambientes dos bares de Saturno aos sábados, pela hora de jantar, num sprint final cujo photo finish não desagradaria a Lawrence dos Felt nos tempos do seu enamoramento com o fake-jazz. Sem dúvida um dos momentos mais altos deste tributo.
Mas há mais expropriações gloriosas: Tom McRae e a Standing Band conferem a “Sloop John B” um cunho teatralmente ainda mais fiel à canção, que não era um original de Brian Wilson, mas de um trio das West Indies, em 1958, os Kingston Trio. Tão fiel que o sentimento de ressaca e abandono que trespassava a versão dos Beach Boys, a propósito do marinheiro que sentia saudades do equilíbrio singelo do lar em pleno alto mar, na intenção metafórica que Brian queria sugerir sobre as suas experiências lisérgicas, se transforma aqui numa confissão existencialista de frontalidade neo-realista, direita ao alvo e sem desculpas.
De seguida, pouco haveria a dizer sobre o duo francês Les Laminhanas, mas a decisão de descarnar sonicamente “I know there’s an answer”, recorrendo a uma panóplia de truques de produção, de inspirada tradição psicadélica, é deveras interessante e resulta numa cover contagiante, pautada por uma guitarra endiabrada e uma voz de beat-girl que sabe do que está a falar (pelo menos aparentemente…).
Boa surpresa é também a maviosa voz de Jodie Marie em “Here Today”, com uns arranjos que ironicamente mais parecem saídos de Sergeant Pepper’s, para potencial preocupação do próprio Brian Wilson.
E com isto estamos quase a chegar quase ao fim deste tributo; Gaz Coombes, o carismático capitão das hostes Supergrass faz aqui um brilharete na categoria “versão fiel” – o inesquecível e emblemático “I just wasn’t made for these times” sai quase igual ao original na voz e arranjos de Gaz e é também um triunfo feito de luz pela forma total com que recria o tema que talvez melhor definisse o génio de Brian Wilson, um hino ao distanciamento da sociedade de consumo feroz e literal, de que Brian se auto exilou durante anos.
Voltando às aventuras dentro da cabeça, não poderíamos ignorar de forma alguma, o que os Human Don’t Cry fizeram ao tema “Pet Sounds” – triplicar a sua duração e levá-lo para o espaço sideral exterior, como se a NASA finalmente adoptasse o legado dos Beach Boys, para colmatar a falha de só ter incluído temas dos Beatles, Chuck Berry e Beethoven no cd que mandaram em 77 para o espaço a bordo da Voyager… não é um brilharete, é uma supernova que explode de mansinho, para lá da zona de choque terminal em que os ventos solares se dissipam. O álbum acaba com as versões interessantes mas pouco convincentes de “Caroline No” pelos Here We Go Magic e “Trombone Dixie” pelos Superimposers – mas também não se pode ter tudo.
Já acabou? A nossa consciência capta interrogações vindas do auditório do Café Europa – então um remake tributo de “Pet Sounds”, sem que ninguém faça uma cover da CANÇÃO!? A canção que enfeitiçou os últimos 46 anos de antena em todo o globo, a canção que arrebatou gigantes e os fez estatelar no ridículo, ao tentarem lidar com ela como se fosse trivial e domável – quem se lembra do falhanço traumático de David Bowie em “Tonight”? Mas então quem poderia ousar? Só alguém com um estatuto descomprometido e com destemor de bandoleiro para pegar no tesouro em mãos e erguê-lo entre mãos ao Sol da Califórnia como uma taça do mundo, mesmo que o júbilo da multidão pudesse desconfiar desse toque de Indiana Jones … por outras palavras, os The Flaming Lips. Outsiders sobreviventes da década de 80, os Lips conseguem alterar o rumo ascendente da canção, o rumo arquitectónico difícil de imitar que “God Only knows” sempre entrepôs no meio do caminho dos seus intérpretes. O movimento é ascendente no original, é sempre a subir, quer se pense que se dirige a Deus, Pai ou irmãos – os outros Wilson - ou à mulher amada, seja ela Mãe, Namorada ou Esposa. Mas nesta cover dos The Flaming Lips é como que um destroço espacial que regressa dos deuses à Terra, aterrando suavemente onde já não é esperado, um regresso incógnito mas nem por isso menos glorioso, entrecortado por ruídos de transmissão, ranger de placas e ecos solitários. Mais uma vez, uma grande versão assinada por Wayne Coyne e os The Flaming Lips que deveria encerrar o álbum, mesmo apesar de ser uma óbvia nota sensacionalista de nostalgia. Foi mesmo para isso que Wilson a escreveu há quase 50 anos!
E pronto – estamos nos 50 anos dos Beach Boys, estamos nos 50 anos dos Rolling Stones, estaremos nos 50 anos dos Byrds em breve …como isso nada mudará nas suas imagens sonoras projectadas no consciente colectivo de memórias do Ocidente, fica-se pelo menos com essa consolação de probabilidade – Brian vai de novo juntar-se aos elementos mais metódicos dos Beach Boys, aos que sempre seguiram à risca as suas inspirações a bordo do estúdio, logo podendo isso significar, apesar da idade, uma hipótese de serem geniais uma vez mais. Só Deus sabe…
(Texto de João Carlos Silva)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Café Europa: Emissão #26, de 11 de Junho de 2012

01. THE LINDEBERG BABY “Cassilda’s Song” USA
02. NAEVUS “Don’t Boil (version one)” GB
03. LUX INTERNA “The Vision and the Sword” USA
04. LES PARADISIERS “Shoot the Moon” ES/USA
05. Ô PARADIS “We Are Gentlemen” ES
06. ORDO ROSARIUS EQUILIBRIO “Three Is An Orgy, Four Is Forever” SUE
07. LOVAC “Filth Of A Paradise SUE
08. OF THE WAND AND THE MOON “The Lone Descent” DIN 
09. OF THE WAND AND THE MOON “Honour” DIN
10. WHILE ANGELS WATCH “Eye For Eye” GB
11. AND ALSO THE TREE “The Floating Man” GB 
12. CRIME AND THE CITY SOLUTION “All Must Be Love” AUS
01. TOM WAITS “What Keeps Mankind Alive? (kurt weill cover)” USA
02. VIOLENT FEMMES “Step Right Up (tom waits cover)” USA
03. PSYCHIC TV / PTV3 “Lies, and Then” GB
04. ALAN VEGA + ALEX CHILTON + BEN VAUGHN “Freedom” USA
05. DIRTY THREE “Red” AUS
06. SIOUXSIE AND THE BANSHEES “Monitor” GB
07. METALIC FALCONS “Airships” USA
08. MARC ALMOND “Late Night (syd barrett cover)” GB
09. SPELL “Season in the Sun” GB
10. DAGMAR KRAUSE & MARIE GOYETTE “Seven (tankbattles.. hanns eisler)” GER/CAN
11. VON THRONSTAHL “Deutsche Passion” GER
12. ROME “The Death of Longing” LUX
13. THE SOCIETY OF THE YELLOW SIGN  “Cassilda's Song” GB
Warren Ellis (Dirty Three) @ Primavera Sound 2012, Porto


Warren Ellis (Dirty Three) @ Primavera Sound 2012, Porto

(Photos by Ângelo Fernandes)


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Café Europa: Emissão #25, de 04 de Junho de 2012

01. MATT HOWDEN “Love’s Promises” GB
02. SIEBEN “Vonnegut” GB
03. COIL Ostia (The Death of Pasolini)” GB
04. SPIRITUAL FRONT “My Erotic Sacrifice” IT
05. SPIRITUAL FRONT “Cold Love in a Cold Coffin” IT
06. MARC ALMOND & MICHAEL CASHMORE “The Lunatic Lover” GB
07. VAL DENHAM & Ô PARADIS “My Blackest Flowers” GB+ES
08. Ô PARADIS “Carratera Al Inferno” ES
09. VARUNNA “Al Vento” IT
10. BALLO DELLE CASTAGNE “I Giorni Della Memoria Terrena” IT
11. IANVA “Piazza Dei Cinquecento” IT

01. ROMA AMOR “Madrigale” IT
02. ROMA AMOR “Disertore” IT
03. THE SONG SPARROWS “The Maid’s Lament” IT
04. TROBAR DE MORTE “The Pagan Way"  ES
05. ARCANA “Precious Stone” SUE
06. SOPOR AETERNUS “The Hours of Sadness” GER
07. KIRLIAN CAMERA “Nightglory – camera version” IT
08. LAIBACH “Leban - Tod” ESL
09. LAIBACH “Across the Universe” ESL
10. LAIBACH “Le Previlège Des Morts” ESL
11. ALIO DIE “Splendido Struggente” IT
12. HORUS CHAMBER  “Dr Schafer Expedition III” PT
Arcana
(Photo by Angelo Fernandes)